Segundo o Boletim Técnico 2025 da Aliança Bike, componentes tiveram um aumento de 85% em 2024, na comparação com 2023.
Ao que indicam os números, o mercado de bicicletas no Brasil está começando a se recuperar dos efeitos do pós-pandemia. Isso porque, segundo o Boletim Técnico 2025 da Aliança Bike, tanto a importação quanto a exportação de componentes para bikes cresceram no Brasil — os números, porém, ainda estão bem longe do pico atingido em 2020 e 2021.

Falando em valores, e tomando as importações de quadros e garfos de bicicletas, o Brasil importou um volume em kg 85% maior desses componentes em 2024, quando comparado com 2023. Isso representa um aumento de 22% investido na compra desses componentes, ou cerca de 10,6 milhões de dólares.
Segundo o relatório, o maior importador de quadros para o Brasil continua sendo a China, com um aumento de 47%, atingindo um total de quase 40 milhões de dólares — na pandemia, esse valor chegou a quase 70 milhões. Mesmo assim, estamos praticamente no mesmo patamar do início da pandemia, indicando que o mercado está retornando ao seu ponto de equilíbrio natural.
Importando bikes mais baratas
Um detalhe interessante é que o volume de bicicletas inteiras importadas em 2024 se manteve estável em relação ao ano de 2023. Porém, o dinheiro envolvido nessas importações foi 41% menor, indicando uma redução de preço desses produtos no mercado, bem como a intensificação da compra de produtos mais baratos.

Esses números seguem uma tendência que não vem de hoje, impulsionada pela transição de bicicletas importadas para modelos montados ou fabricados no Brasil, por conta de questões tarifárias.
Exportações também cresceram no Brasil
Especialmente puxadas por vendas realizadas para países como Argentina, Paraguai e Uruguai, as exportações de bicicletas também cresceram bastante no ano passado. Ao todo, tivemos um aumento de 127% nas unidades exportadas e um aumento significativo também no valor recebido, que cresceu 56% — isso quer dizer que, com 7.255.129 bikes exportadas, o Brasil atingiu um recorde histórico de vendas para outros mercados, tanto em números absolutos quanto em valores.

Curiosamente, quando falamos em componentes, a situação foi inversa, com o país chegando aos seus piores números desde que os dados começaram a ser registrados, em 2014. Para se ter ideia, em 2014 exportamos cerca de 3,5 milhões de reais em componentes de bike, com esse número caindo para 1,1 milhão em 2024.
Comércio atacadista da bike perdeu vagas?
Apesar de manter uma certa estabilidade no número de empresas registradas, o comércio atacadista da bicicleta perdeu postos de trabalho em relação aos últimos anos, seguindo uma tendência que já mostrava força em 2023.
Para se ter ideia, tínhamos um total de 3.039 pessoas trabalhando nesta área em 2020, mas esse número caiu para apenas 1.797 em 2024. Por outro lado, a remuneração aumentou consideravelmente, saindo de R$ 3.192,00 em 2022 para R$ 4.014,00 em 2023 e 2024.
Apesar de serem surpreendentes, a variação nesses dois últimos dados pode ser resultado do método utilizado para coletar as informações — e só o tempo dirá se essas tendências vão se consolidar.