O mountain bike segue sendo a modalidade mais praticada e relevante do ciclismo brasileiro — e continua crescendo. É o que mostra a pesquisa “MTB no MAPA”, divulgada pela Ticket Sports em parceria com a Aliança Bike em agosto de 2025.
O levantamento ouviu 712 praticantes de MTB, ampliando o estudo feito em 2021, que havia contado com 500 participantes. O relatório traça um perfil detalhado do ciclista brasileiro, seus hábitos de consumo, participação em eventos e desafios para expansão da modalidade.
Perfil do consumidor de MTB
O estudo revela um público exigente e disposto a investir. Mais de 20% dos praticantes possuem bicicletas acima de R$ 20 mil, e quase metade gasta entre R$ 100 e R$ 300 por mês em manutenção. Outros 6,3% desembolsam mais de R$ 500 mensais.
Comparado a 2021, houve aumento no investimento em equipamentos: 36% declararam ter gasto mais de R$ 12 mil em uma bicicleta, contra 23% na pesquisa anterior.
Esses números reforçam dados da própria Aliança Bike, que mostra que 9 em cada 10 lojas no Brasil vendem mountain bikes, e destaca a importância das oficinas no faturamento dos negócios.
Outro ponto relevante: apesar do crescimento das lojas online (43,8%), quase metade dos ciclistas compra acessórios diretamente em eventos, abrindo espaço para novas ativações de marca e parcerias comerciais.
Retenção e novos praticantes
A pesquisa também indica desafios. Enquanto 44,8% pedalam há mais de 10 anos, apenas 5% começaram no último ano. Fatores como custo elevado, dificuldade técnica e acesso limitado a trilhas dificultam a entrada de novos adeptos.
Outro ponto de atenção é a queda na participação feminina, que passou de 18,4% em 2021 para 13,7% em 2025. Já em relação à idade, o perfil se concentra entre 29 e 60 anos (83,3%).
Regionalmente, houve crescimento expressivo no Nordeste, Centro-Oeste e Norte, enquanto o Sudeste ainda concentra 57,7% dos praticantes. O Sul também registrou aumento, sinalizando oportunidades fora do eixo tradicional.
MTB, turismo e economia local
A ligação entre MTB e turismo ficou evidente: dois em cada três ciclistas viajam exclusivamente para participar de provas, e 87,8% levam acompanhantes. Isso transforma cada evento em um movimento que vai além do esporte, impulsionando hotéis, restaurantes e serviços locais.
Ainda assim, a pesquisa mostrou que 31,5% dos entrevistados não participaram de eventos no último ano, o que indica a necessidade de maior engajamento e fidelização.
Oportunidades para donos de bike shops
Os dados do “MTB no MAPA” trazem insights valiosos para o mercado de bicicletas:
- Oficinas continuam estratégicas: com gastos recorrentes em manutenção, há espaço para fidelizar clientes com serviços de qualidade.
- Ativações em eventos esportivos: como quase metade dos ciclistas compra acessórios em competições, feiras e provas são canais poderosos para vendas.
- Expansão geográfica: o crescimento nas regiões fora do Sudeste mostra onde novas oportunidades podem surgir.
- Inclusão e novos públicos: iniciativas voltadas para mulheres e jovens podem ampliar a base de clientes no médio prazo.
- Turismo esportivo: lojas que se conectarem com eventos e roteiros de cicloturismo podem aproveitar esse fluxo de consumo local.